Vida Apertada: Sonetos Humoristicos

"Quando ele à cova baixou, pleno de cana e de graça, um verme aos outros gritou: - Moçada, temos cachaça. A trova até então inédita de Nestor Tangerini traduz o espírito irreverente e boêmio de seu dileto amigo, companheiro de copo e permanente esbór n ia literária na Niterói dos anos 10 e 20 do século passado, Lili Leitão, tido até hoje como o maior dos poetas satíricos do Estado do Rio. Eram os tempos áureos da Cidade Sorriso. Eram os tempos do Café Paris, cuja roda literária, liderada por Lili L eitão, ou Luiz Gondim Leitão, é hoje um cult reverenciado pelos ativistas da moderna literatura fluminense. A quadra abre esta segunda edição do livro ""Vida apertada"", marcando a surpreendente ressurreição de uma das obras mais emblemáticas de L ili L eitão, organizada em primorosa edição crítica por R. S. Kahlmeyer-Mertens. Da edição original desse livro, de 1926, restavam apenas raríssimos exemplares, escondidos nas estantes dos bibliófilos. Esta nova edição - distante 83 anos da primeira - traz não só o texto original ortograficamente atualizado, mas os próprios fac-símiles da primeira, permitindo o estabelecimento definitivo da originalidade dos sonetos, por meio do cotejamento textual. A fortuna crítica do livro apresenta Lili Leit ão e ar oda do Café Paris a partir de textos de Alberto Vale, Luís Antônio Pimentel, Sávio Soares de Souza, Emmanuel de Bragança Macedo Soares, Sandro Pereira Rebel, Oswaldo Victer, Wanderlino Teixeira Leite Netto, Cyana Leahy, Iran N. Pitthan, Jorge Felipe Fonseca Moreira, Carlos Silvestre Mônaco, Muna Omran e Nelson Marzullo Tangerini, além do próprio Kahlmeyer-Mertens. "