Religião como interpretação da vida

O objetivo desta obra, partindo da base de um conceito de experiência religiosa, consiste em apresentar uma proposta preliminar para uma possível integração das diversas abordagens, em uma perspectiva hermenêutica abrangente da teologia colocada a se rviço de uma interpretação religiosa da vida. Mais informações sobre o livro Comentário do Pe. Paiva (Raul Pache de Paiva, SJ), diretor de redação da revista Mensageiro do Coração de Jesus, uma publicação de Edições Loyola. O Autor leciona em Ma inz, Alemanha, em escola superior evangélica (luterana). A rica bibliografia mostra um certo fechamento no rico mundo intelectual de língua alemã. Nada disto desmerece a iniciativa das Edições Loyola de colocar em mãos dos leitores de língua portugue sa uma reflexão que valoriza a religião como interpretação de vida. Sem pretender ser uma obra de apologética, na verdade ela se torna oportuna pelo empenho dos secularistas e ateístas militantes em desclassificar a religião como inimiga do ser human o, ou pelo menos, dispensável, e causadora de divisões e guerras ao longo da história. A obra abrange quatro longos capítulos (partes), de diferentes extensos. O capítulo 1o, mais breve, trata de “Interpretação d experiência uma teoria hermenêutica da experiência religiosa” o 2o, “Recordação da origem: a Bíblia como forma paradigmática da interpretação religiosa da vida” “Interpretação da experiência: a história cristã de tradição e cultura” o 4o, “Experiência de vida e interpretação religio sa da vida: a hermenêutica da religião”. Como conclusão: “Perspectiva: tarefas da interpretação religiosa da vida”. Para o leitor católico despertarão interesse e curiosidade os parágrafos dedicados à “imagem, arquitetura e música” (pp. 151 ss). Nota -se uma pequena vacilação de cunho mais histórico, mas talvez, influenciado pela teologia do Autor na página 152: “Tanto assim que o s primeiro objetos de caráter especificamente religioso que conhecemos datam apenas do século VI, o que é relativamen te tarde”. Não percebemos com clareza o que o Autor entende como “objetos de caráter especificamente religiosos”, pois já nas catacumbas e em sítios arqueológicos da própria Palestina, como na igreja-casa de Pedro em Cafarnaum se comprova o uso de im agens tanto de símbolos (peixes, âncoras) como de figuras (como o célebre Bom Pastor, com sua ovelha nos ombros).