Nu de Dentro

"Deisi Beier lança, agora, seu quarto livro de poesia, Nu de dentro. Em 2007 publicou seu primeiro livro, Tramas de orvalho (2007). Em seguida, aparece Córrego de amarras (2010) e, em 2012, publicou Breu rendado, todos pela Editora Movimento. Ronald A ugusto, que vem desde Tramas de orvalho acompanhando sua carreira literária, diz sobre Nu de dentro: ""No que respeita aos poemas de Nu de dentro de Deisi Beier, não há como negar a percepção de que uma pulsão de cinema em versos está em jogo no se u e mbate com a linguagem. Mas a metáfora da poeta não é bem a projeção de uma imagem visual sobre a mente. Parece-me que no caso de Deisi Beier, sua imagética antes se projeta na carne, ou melhor, transforma num combusto o corpo desejante e desejáve l do leitor abandonado ao contato sigiloso com o corpo do texto. Em mais essa aventura poética, Deisi Beier não pretende apenas o símbolo. O Nu de dentro é um livro de poemas que parece não se satisfazer em manter o tratamento do pathos afetivo no campo meramente verbal. De que serve um tremor amoroso só de palavras? E a poeta, nesse caso, está em boa companhia, pois, segundo Octavio Paz, a imagem deve ser encarnação. Linguagem que atravessa estados de corpo e suas espiras. O Nu de dentro, em certa medida, trata de questões relativas à representação dos elementos obscenos na arte e na poesia em particular. E tal característica diz respeito à autonomia criativa, isto é, Deisi Beier não perde de vista a terminação do artista em fazer uma inspeçã o radical nos âmbitos mais secretos do desejo humano, visando com isso uma compreensão mais amorosa relativamente àquilo que a vida normal e cotidiana entende como repugnante e repreensível. "